A história dos cabelos
Ao longo da história, as pessoas têm usado seus cabelos das mais variadas formas, normalmente de acordo com a moda e cultura de onde vivem. São marcadores da sua classe social, idade, estado civil, raça e até das suas convicções políticas.
Em algumas culturas, por questões religiosas, as mulheres são obrigadas a cobrir seus cabelos quando estão em público, em outras culturas, as mulheres tem seus cabelos raspados e cobertos por perucas.
Somente após o fim da I Guerra Mundial, as mulheres começaram a usar cabelo curto e em estilos naturais.
Durante o Império Romano, as mulheres usavam os cabelos em “estilos complicados”. Faziam uma “massa de cachos” na parte superior e cachos ou tranças ao seu redor ou na parte de trás. A complexidade dos penteados das mulheres nobres era tanta que era preciso ter escravos e uma estilista para mantê-lo. Os cabelos eram iluminados com cinza de madeira ou escurecidos com limalha (partículas de metal produzidas pela fricção da lima) de cobre ou sanguessugas marinadas em vinho e vinagre. Usavam-se perucas, aumentadas por apliques e almofadas, que eram mantidos no lugar com a utilização de redes, alfinetes, pentes e pomadas. No Império Bizantino, os nobres cobriam a maior parte dos seus cabelos com tampas de seda e redes de pérolas.
Penteado durante o Império Romano
Desde o Império Romano até a idade média, as mulheres deixavam seus cabelos crescerem naturalmente e estavam sempre soltos, na maioria das vezes com uma faixa em torno da testa e coberto por um lenço snood ou véu.
Cabelo na Idade Média
A partir do século IX até o século XVI, as mulheres nobres começaram a enfeitar bastante seus cabelos, decorando-os com pérolas, pedras preciosas, fitas e véus, que eram ocultos por tranças e as mulheres da classe trabalhadora quase não enfeitavam seus cabelos.
Durante os séculos XV e XVI, os homens europeus usavam seus cabelos cortados no máximo na altura do ombro e os mais elegantes, utilizavam franjas. Na Itália, era bastante comum os homens tingirem seus cabelos.
Durante os séculos XVI ao IX as mulheres europeias começaram a utilizar ornamentos em seus cabelos, como flores e plumas, além de pérolas, joias, fitas e pequenos objetos artesanais, como réplicas de navios e moinhos de vento.
O cabelo vermelho era popular na Inglaterra, por conta do reinado da ruiva Elizabeth I. Nesse mesmo período, na Espanha e nos países Latino Americanos, usava-se mantilhas de renda, muitas vezes sobre um pente. Em Buenos Aires, foi desenvolvido o “peinetón”, ornamento que pode medira até três metros de altura e largura.
Elizabeth I
Mulher Latino-americana usando mantilha de renda
Peinetón
No meio do século XVIII foi desenvolvido o estilo Pouf. Os cabelos femininos tinha grande volume na parte da frente da cabeça, geralmente com o uso de uma almofada por baixo, para levantá-lo e a parte traseira era enfeitada com conchas, pérolas ou pedras.
Estilo Pouf
Em 1750 as mulheres perfumavam seus cabelos, usavam pomadas e polvilhavam de branco. Pouco antes de Primeira Guerra Mundial, usavam turbantes de seda.
Em 1870, os homens japoneses começaram a cortar seus cabelos em estilo jangiri ou zangiri (também chamados de corte aleatórios) e as mulheres japonesas da classe alta, empurravam seus cabelos para traz, no estilo ocidental, o sokuhatsu ou adotavam penteados tradicionais japoneses (yakaimaki).
Cabelos em estilo jangiri ou zangiri
Penteado tradicional japonês
Durante a primeira Guerra Mundial, as mulheres começaram a usar cabelos mais curtos. Na década de 1920, elas começaram a enrolar seus cabelos com bobs e criar ondas com a utilização de ferros ou tesouras aquecidas. As ondulações permanentes surgiram nessa época, mas eram feitas por um processo caro, desconfortável e demorado, onde eram colocados rolos no cabelo e depois, eram submetidos a um vapor ou máquina de calor.
Na década de 1930, os homens ocidentais usavam seus cabelos como os dos astros de cinema, curtos, divididos na lateral ou ao meio ou penteados para trás, com a utilização de pomadas, cremes e tônicos para manter os cabelos no lugar.
No início da segunda Guerra Mundial, os cortes masculinos imitavam os cortes do militares (crewcut).
As mulheres japonesas, entre 1920 e 1930 usavam os cabelos de modo a cobrir as orelhas. Eles eram ondulados ou amarrados em um coque, na nuca (mimi-kakushi) e mais curtos.
Penteados como os dos astros de cinema
Década de 1920 - Cabelos curtos e com ondas
Após a guerra, as mulheres começaram a usar os cabelos mais naturais. Em 1950 eles eram ondulados e usados em vários estilos e comprimentos.
Mais tarde, começaram a usar o cabelo estilo Bouffant (cabelos altos, estilo colmeia). Para manter os cabelos no lugar, as mulheres lavavam seus cabelos apenas uma vez por semana.
Cabelos Estilo Bouffant
Em 1960, muitas mulheres começaram a usar os cabelos curtos, com cortes modernos (pixie) e em 1970 os cabelos eram mais soltos.
1960 - Cabelos curtos, com cortes modernos
1970 - Cabelos soltos
Cabelos longos e retos, também eram bastante usados nessa época tanto por homens como por mulheres.
Nessa época iniciaram-se também os processos de alisamento químico, os afrio-americanos, começaram a usar cabelos naturais, por vezes ornamentados com picaretas afro, feitas de madeira ou plástico e no fim de 1970, começaram a usar penteados naturais, como linhas de cana e dreadlocks.
Fim de 1970 - Penteados naturais
Dreadlocks
Desde 1970, as mulheres têm usado seus cabelos em vários estilos.
Na década de 80, começaram a usar rabos de cavalo no alto da cabeça, com “scrunchies”, elásticos envolvidos com tecidos diversos. Usavam-se muitos enfeites brilhantes como presilhas.
Década de 80 - Uso de Scrunchies
Atualmente existe uma gama muito grande de cortes e penteados, tanto para homens como para mulheres, porém, a demonstração de cuidado é cada vez mais exigida pela sociedade. Um cabelo mal cuidado pode gerar assédio, humilhação e até discriminação social ou no trabalho.
Para um penteado perfeito, deve-se levar em consideração vários fatores estéticos e atributos físicos da pessoa, tipo natural do cabelo, padrões de crescimento, rosto, forma da cabeça e as proporções corporais em geral, além da imagem que ela deseja passar e o instinto artístico do estilista.
A imagem pode transmitir valores tradicionais ou identificação com subgrupos, como punks ou ordens religiosas, como judeus ortodoxos.
Punks
Judeus Ortodoxos
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