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Implicações sociais e culturais relacionadas à utilização de cortes e penteados

Na maior parte da história, os homens têm utilizado cabelos em estilos diferente das mulheres, com exceção do povo da Bacia de Orinoco-Amazonas, onde ambos usam cabelos em forma de “tigela” e, em 1960, nos países ocidentais, onde homens e mulheres usaram cabelos naturais.

Cabelo Tigela

1960 - Cabelos naturais

Cortar o cabelo, frequentemente está associado a questões religiosas. Os homens católicos, no século VIII, usaram o cabelo raspado no topo da cabeça, deixando um anel de cabelo em torno da cabeça, era um corte conhecido como “tonsura”. Budistas, monges e membros de outras religiões raspam suas cabeças. Mulheres Islâmicas cobrem seus cabelos em público, pessoas da religião Sikh, não devem cortar os seus cabelos. As mulheres usam uma trança ou coque e os homens, um turbante.

Homens católicos, no século VIII

Turbante

Por volta de 100 D.C., as mulheres judias raspavam seus cabelos e usavam perucas, em sinal à sua união. Atualmente, elas usam os cabelos cobertos.

Durante a Idade Média, as mulheres Europeias cobriam seus cabelos após o casamento, sinalizando modéstia. Em 1800 as americanas usavam seus cabelos para cima, sinalizando estarem prontas para se casar.

As mulheres solteiras, Fulani, da África Ocidental usam como ornamento, em seus cabelos, pequenas missangas e moedas e as casadas usam ornamentos âmbar grandes.

Mulher Solteira, com pequenas missangas

Mulher casada, com ornamentos âmbar grandes

As mulheres Hopi, usam uma “borboleta” no penteado, através de uma torção do cabelo, em cada um dos lados do rosto.

Uso de "borboletas" no penteado

Os cabelos também demonstram “transições” que ocorrem nas vidas das pessoas, como na cultura Hindu e na Wayana da Guiana, onde os jovens raspam seus cabelos ao crescerem. As mulheres, na Índia, passam a usar duas tranças ao invés de uma.

Em Rendille, no norte da Quénia e em Tchikrin, na Floresta tropical Brasileira, homens e mulheres rapam suas cabeças, após a morte de um famíliar próximo.

Na Grécia Antiga, quanto os homens morriam, suas mulheres cortavam seu cabelo para enterrar com ele.

Como pudemos observar, existem espalhadas pelo mundo, diversas manifestações sociais e religiosas, demonstradas através de corte e penteados!

Ao longo da história, o cabelo tem tido grande significado na definição da classe social a qual as pessoas pertencem. A classe alta sempre usou seus penteados para sinalizar sua riqueza e status.

As mulheres ricas Romanas, usavam penteados mais complexos, que necessitaram de trabalho de várias pessoas para mantê-los e as pessoas ricas também costumavam escolher penteados mais complexos, tonando óbvio que eles não precisam trabalhar. Atualmente, os ricos costumam usar seus cabelos em estilos conservadores.

As pessoas da classe média, mantém seus penteados de maneira prática e profissional. Sua aspiração é de ter um cabelo com aparência saudável e natural, o que demonstra que eles têm recursos para viver uma vida saudável e cuidar bem de si próprio. As mulheres, costumam usar os cabelo na altura dos ombros ou mais curtos. Evita-se cores fortes e exageros, principalmente para sentir-se bem no ambiente profissional.

A classe trabalhadora mantém penteados simples e prático. Os homens mantém seus cabelos curtos ou raspados e as mulheres costumam manter seus cabelo presos ou curtos.

Em algumas culturas, como os Mexicanos, Americanos e Afro-Americanos, trabalhadores da classe operária, têm seus penteados mais elaborados do que as demais classes, usando seus cabelos estilo Mongol ou com tranças, presos, com presilhas, com partes raspadas ou até com cor brilhante. Sociólogos dizem que esses estilos são uma tentativa de expressar a individualidade e presença face à sua depreciação social e invisibilidade diante da sociedade.

Historicamente, as Ocidentais usavam cabelos compridos. Apenas algumas jovens, atrizes e “mulheres à frente da sua época” usavam cabelos curtos. A atriz Francesa Polaire, em 1890, decidiu usar cabelos curtos e escuros, o que foi abominado pela sociedade, até ser reconhecido como conveniente, para as mulheres que estavam envolvidas nos trabalhos da Primeira Guerra Mundial.

Atriz Francesa Polaire, em 1890

Na sociedade Inglesa, em 1914, Lady Diana Cooper, manteve seu corte de criança até sua fase adulta, com cabelos curtos e estilosos e em 1915, a renomada dançarina Irene Castle usava cabelos curtos, finalizados com bobs. A partir daí, os Bobs passaram a fazer parte da moda.

Lady Diana Cooper

Dançarina Irene Castle

Em 1920, Loiuse Brooks com seu cabelo curto e liso, marcou a independência feminina, estilo “Shingled Short”, pois até então, cabelos curtos eram usados por pessoas mais velhas. As jovens, usavam cabelos estilo “Edwardian” pesado, longos e presos.

Loiuse Brooks

Cabelos estilo “Edwardian”

Foi um choque e de difícil aceitação, para os cabeleireiros da época, que os cabelos curtos femininos vieram para ficar, pois eles estavam acostumados a lidar com grandes cabeleiras. A adaptação foi tão difícil que as mulheres acabavam fazendo filas nas barbearias que as atendiam devidamente.

Esse estilo de cabelo foi se espalhando pelo Ocidente e as mulheres que rejeitavam papéis tradicionais, acabaram adotando cabelos curtos, estilo corte Bob, como sinal de modernidade.

Junto com esse corte, tornou-se popular, nessa época, o chapéu Close-montagem, que não poderiam ser usado com cabelos longos.

Chapéu Close-montagem

Em 1930, as mulheres começaram a deixar seus cabelos crescer novamente, mas em 1960, o cabeleireiro Inglês, Vidal Sassoon tornou-se popular novamente, coincidindo com a volta do corte masculino “top mop” Beatle. Estilistas, como Mary Quant e Jean Muir, além de vários famosos, com as atrizes Nancy Kwan, Carolyne Jones, Barbara Feldon e Amanda Barrie e os cantores Keely Smith, Cilla Black e Billie Davis, entre outros, passaram a ser associados ao Bob da época, que evoluiu desde então.

Cabeleireiro Vidal Sassoon - 1960

Corte masculino “top mop” Beatle

Na década de 1980, Siouxsie Sioux, Carinne Drewery, Linda Ronstadt, usavam seus cabelos inspirados em “Louise Brooks”, assim como Dolly Parton e Emmyloiu Harris, em 1987 e 1989.

Em 1990, Cindy Lauper, usou um corte de cabelo Bob, com cores muito incomuns e dede então, o corte passou a ser identificado como “Uma Thurman”, no filme Pulp Fiction, em 1994.

Cindy Lauper

Ainda nos anos 90, T-Boz usou um corte de cabelo Bob, com cores incomuns e franja assimétrica.

T-Boz

Em 2006, a cantora Madonna adotou o Bob e em 2007 foi a vez de Rihanna adotar o corte. Em seguida, vieram Christina Ricci e por fim, Britney Spears, que usou o Bob durante todo o seu concerto.

Madonna

Rihanna

Britney Spears

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